Por: Marcio Barboza
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.” (Mt5:6). Com certeza este versículo tem sido um alento para aqueles que são ou se sentem injustiçados de alguma forma. Mas, qual será o conceito que o ser humano faz de justiça? O fato é que o versículo subsequente vai dizer que os misericordiosos alcançarão misericórdia. Não há dúvidas que o Senhor livra os seus servos dos inimigos: “Quando me farás justiça contra os que me perseguem?” (Sl119:84b). Mas Jesus nos faz uma alerta: “Não julgueis para que não sejais julgados. Pois com o juízo com que julgardes sereis julgados...” (Mt 7:2). Lembremo-nos que o juízo pertence a Deus: “Minha é a vingança e a recompensa.” (Dt 32:35a). Ter fome e sede de justiça, então, não nos levaria a sentimentos de ansiedade e de angústia? Quantas vezes já fomos surpreendidos pelos nossos pensamentos: “Até quando, Senhor?”- Os que acreditam em reencarnação procuraram resolver esta questão de forma simples: “Reencarnação, uma questão de justiça”. Assim como há pessoas que, se pudessem, alterariam o texto bíblico para fome e sede de vingança.
Como compreender a justiça de Deus? Quando leio João 3:16 - “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único Filho, para que TODO aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna” começo a ter essa compreensão do que seja a justiça e a misericórdia de Deus e penso na seguinte situação: “estou diante do tribunal. Sou réu. O Diabo é o promotor público. Meu advogado é Cristo e o juiz é o Pai do advogado: Deus. O promotor me faz uma série de acusações e eu viro para o advogado e falo: é verdade, mas, por favor, me ajude, sou réu confesso mas sou fraco e não tenho condições de cumprir a pena e nem creio que isso vá apagar o meu mal. O advogado então vira para o juiz, seu Pai, e intercede: “Este homem arrependeu-se verdadeiramente e reconhece sua incapacidade de apagar seu mal e confiou a mim o seu destino. Cumpro a pena em seu lugar e ele fica livre para mudar o seu caminhar. Envie o oficial de justiça (o Espírito Santo) que lhe dê orientação para mudar a sua vida”. O juiz aceita a proposta e assim sentencia!” – Que absurdo inimaginável para nós! Um inocente pagando pelo culpado. Quem poderia conceber uma situação inusitada como esta em um tribunal humano? Isso fere o nosso conceito de justiça pois queremos que alguém pague o preço, como aquele servo em Mateus 18:23-35 que foi perdoado pelo seu senhor e não perdoou ao seu conservo. Mas não é assim a justiça de Deus como a dos homens. O Pai que entregou Seu Filho em substituição a nós, não faz acepção de pessoas (At 10:34) e oferece a TODOS igual oportunidade. Sua justiça é amorosa e tem como prioridade reconstruir, reerguer, levantar, restaurar, regenerar, curar e devolver o sorriso da alma. Uma vez atingido por esta justiça, o apóstolo Paulo declarou: “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram”. (II Co 5:14). A pena cumprida por Ele é suficiente para apagar todo o mal, nos faz desejar estar mortos para a velha vida e renascermos para uma nova. Regenerados... gerados de novo. Sendo assim, se a sentença de Deus é tão favorável ao ser humano, coberta de tão grande misericórdia, neste caso, QUERO JUSTIÇA! Pois sei que alcançarei misericórdia.
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