Por: Andréa Barboza
Pérgamo, a antiga cidade grega, situava-se na Mísia, era sede do governador romano e o centro de culto ao imperador. Possuía o mais antigo templo na Ásia Menor dedicado à adoração do imperador Cesar Augusto. A Lei da cidade enfatizava que o Imperador deveria receber adoração divina. Por isso que aqui o Senhor diz "conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás”" O Senhor sabia que a igreja em Pérgamo estava ameaçada devido ao sistema corrompido da cidade, pois paticavam idolatria e davam honra aos governantes romanos.
Apesar da perseverança dos cristãos, a contaminação de alguns criava um “mal-estar” na igreja. Devido a mistura com as idéias das falsas doutrinas, citada nesta carta, Jesus adverte: "Mas tenho algumas coisas contra vocês: há entre vocês alguns que seguem o ensinamento de Balaão... Assim também estão entre vocês alguns que seguem os ensinamentos dos nicolaítas". Na carta a igreja de Éfeso Jesus revela que odiava as obras dos nicolaítas e elogia os efésios por rejeitar esses ensinamentos. Infelizmente na igreja de Pérgamo essas obras haviam assumido forma de doutrina para alguns.
A palavra "nicolaíta" vem da junção de duas palavras gregas: niko - conquistador/ laos - povo, ou seja, "os que dominam o povo". Mas em que se consiste a doutrina dos nicolaítas? Acreditam em três linhas de pensamentos:
1- Admitem alguns que se resume no seguinte conceito, segundo Nicolau: ”Se sois predestinados, pouco importa o modo como vivais, de qualquer maneira sereis salvos; se não sois predestinados, não importa como vivais, porque de todas as maneiras estareis perdidos." Segundo essa linha de pensamento, por não buscarem a santificação, os princípios da igreja estavam centrados nos homens, e não em Deus. “Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a Ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus. Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a Ele. “ (Rm12:1) “Sejam obedientes a Deus e não deixem que a vida de vocês seja dominada por aqueles desejos que vocês tinham quando ainda eram ignorantes. Pelo contrário, sejam santos em tudo o que fizerem, assim como Deus, que os chamou, é Santo. Porque as Escrituras Sagradas dizem:“Sejam santos porque Eu Sou Santo.” ( I Pe 1:14-16).
2- Outros admitem tratar-se de um grupo de líderes ambiciosos, que aspiravam estabelecer uma hierarquia dominante nas igrejas. Na época de Jesus os líderes religiosos tinham o desejo carnal de querer ocupar o posto mais alto perante os olhos do povo. E por isso Jesus aconselhou: "Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles, e os poderosos mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente." (Mt 20: 25-27). Segundo essa vertente acerca dos nicolaítas, o líder que se considera ministro de Cristo, e ostenta um título buscando glória para si mesmo, negligenciando a obra, segue a doutrina dos nicolaítas. Neste caso é bom frisar que os ministérios (pastores, mestres, evangelistas, apóstolos), não são títulos hierárquicos, mas ministérios que pertencem a Jesus Cristo, em favor de Sua Igreja. Ele mesmo é quem opera nos homens que escolhe (ICo 12.18)“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade... Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus” (2 Co 4:1-5).
3- A outra opinião e mais aceita era que esta doutrina levava à libertinagem, tanto no ensino como na moral.”porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor “ (2 Pe 2:18-19). Para continuarem a praticar seus desejos carnais, buscavam falsas justificativa para poderem pecar livremente, sem culpas ou reprovações, dando espaço a doutrina de Balaão que incentivavam o povo a tolerar o “pluralismo e “sincretismo” encorajando a corrupção através de “casamentos” com o mundo pagão. Balaão era um profeta ganancioso, que tentou amaldiçoar o povo de Israel, mas Deus frustrou todas as suas tentativas. Com isso ele buscou outro meio, através do livre-arbítrio do próprio povo, aconselhando a convidar os israelitas a participarem de uma festa idólatra, onde eles se envolveram com a idolatria e a imoralidade , se afastando de Deus ((Nm 22;23;24).
Seja qual for a vertente acerca dos nicolaítas sofrida por alguns da Igreja de Pérgamo, só poderia ser solucionada aplicando a genuína Palavra de Deus, pois Jesus fala:"Arrependam-se! Se não, eu logo irei até aí e, com a espada que sai da minha boca, lutarei contra essa gente." Em Hb4:12 lemos:"Pois a palavra de Deus é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. Ela vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas.”
A Palavra de Deus convence, ensina e nos guarda do perigo da mistura.
segunda-feira, 16 de março de 2009
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